quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Oh! Te ter em meus lábios...

Estava eu, ali atrasado, sonhando pela primeira vez em estar sentado na minha mesa do serviço, com meu computador ligado.
Odeio atrasos! Minha calmaria e bom humor tornam-se contagiantes, e até o trânsito fica ainda mais caótico e o povo mais estúpido.
-Merda, a gasolina! Puta que o pariu! Que hora filha da puta pra acabar a gasolina! Lata velha do caralho.
Não sou do tipo que emprega palavrões o tempo todo, mas naquele momento todos os mais conhecidos fluíram.
Mas tenho que confessar, tenho muita sorte quando o quesito é acabar a gasolina. Nenhuma vez acabou a mais de um quarteirão de um posto de gasolina. Como presente da vida, senti falta da gasolina bem em frente ao posto, e bombeando o bafo de gasolina que ainda havia restado, com muito esforço consegui parar o carro um pouco longe da bomba, e o frentista empurrou o meu carro uns 2 metros.

Foi naquele momento em que te vi. Por um momento esqueci que estava meia hora atrasado devido à mais um motoboy que virou carne moída na Marginal do Rio Tietê, ali em frente a ponte da Casa Verde. A cidade inteira para. Se chover então, esquece.

Você estava ali, levemente virada para o outro lado. Não via a hora de terminar de abastecer! Eu queria descer do carro, te ver, te tocar, te levar pra mim. Você ia gostar de ir pra casa comigo.
Junto com todas as outras foi você que eu escolhi ali.

Antes mesmo de terminar de abastecer, saí do carro, com aquele jeito as vezes atrapalhado, como de quem dorme as duas, acorda as cinco e vai passar o dia tomando café pra ficar acordado. Não me contive, não disse uma única palavra! Te peguei em minhas mãos... que vontade de rasgar o que te envolvia! Irresistível você. Oh céus... que ansiedade, que agonia gostosa, que vida que eu iria viver ali mesmo que em 5 minutos.

Sem parar de prestar atenção em você, paguei e fui embora correndo, mas você estava comigo, acredita? Não me contive.
Em meio a tantas coisas acontecendo na minha vida, tudo o que eu precisava era de ficar só. Ou de algo que ficasse quieto, que me desse a liberdade de tocar meu violão, olhar para o teto fixamente, cochilar de óculos com o notebook no colo em horários nada convencionais.

Você muda, foi comigo. Perfeito. Por cinco vezes os cinco melhores minutos daquela época.
Eu me viciei em você! Acabou, mas eu te encontro novamente... Ah se encontro!
Aposto que quando eu abastecer o carro você estará lá novamente.
Você foi simplesmente a coisa mais importante, que fez companhia ao meu íntimo (meu melhor amigo) quando eu precisei.

Em minha boca, perdido em teu sabor, cinco vezes, cinco minutos cada foram inesquecíveis.
Minha coisa importante, voltarei a sentir teu toque em meus lábios, e o seu sabor em minha boca, assim que eu voltar do serviço, passo no posto e compro mais um pacotinho de Trident de Melância.

sábado, 16 de outubro de 2010

Censura


Eu não passei quase dois meses sem escrever.
Mas tenho uma pilha de rascunhos e posts desativados.
As coisas mudam muito rápido, e de repente tu não vês sentido em deixar documentado de forma pública algumas coisas.
Elas podem confundir terceiros, poluir o blog ou quem sabe até gerar constrangimento.

Estou censurado.
Queria dizer algo que ninguém está afim de escutar.
Mas ainda assim, tento em duas frases sequenciais quase engolidas dizer:
"Te destruíram. Me destroem."